O Sistema Solar em Português

Mars and its Satellites: A Detailed Commentary on the Nomenclature (1977), J. Blunck

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Desde os primeiros esboços feitos no século XVII para representar a superfície de Marte que surgiu a necessidade de baptizar as regiões observadas, as escuras associadas a mares ou lagos, as claras a continentes ou ilhas. Sem haver regras ou acordos, cada observador-desenhador foi baptizando essas áreas de acordo com os seus gostos e interesses, levando a que uma mesma região tivesse diferentes nomes ou que o mesmo nome servisse para designar diferentes regiões. Só com a publicação dos mapas de Schiaparelli no período 1877-1890 é que alguma ordem foi estabelecida. A nomenclatura introduzida por este astrónomo italiano, por se basear na geografia antiga e nas respectivas associações mitológicas, estava desprovida de aspectos mais pessoais e nacionalistas, e por isso foi mais facilmente aceite e continuada pelos seus pares. O número de nomes aumentou naturalmente com a melhoria da qualidade dos mapas produzidos, passando, por exemplo, de 304 nomes dados por Schiaparelli para 588 nomes dados por Antoniadi nos seus portentosos mapas, publicados em 1930. No entanto, a ordem definitiva só surgiu no encontro de 1958 da IAU - União Astronómica Internacional que, baseada na nomenclatura original de Schiaparelli, fixou os nomes para as características superficiais de Marte então conhecidas. Este original livro de Jürgen Blunck, historiador alemão, descreve estes e outros pormenores históricos relacionados com a nomenclatura de Marte e dos seus satélites. Ao longo do livro, percorre as 30 regiões em que a superfície marciana se encontra organizada, bem como as superfícies de Phobos e Deimos, indicando o nome de cada estrutura e fazendo uma breve descrição do tema ou pessoa que lhe está associado. Os nomes analisados reportam-se aos que tinham sido aceites na reunião da IAU imediamente anterior à publicação deste livro em 1977. Apesar de uma lista das características da superfície de Marte, cujo número tem aumentado enormemente no nosso conhecimento com o envio frequente de sondas espaciais, poder hoje ser facilmente consultada no site da IAU, tal facto não invalida o interesse deste livro, pela sua descrição histórica da nomenclatura marciana.

J. Blunck (1977), Mars and its Satellites: A Detailed Commentary on the Nomenclature. Exposition Press